segunda-feira, 31 de março de 2025

Conclusão de uma redação argumentativa

 A conclusão, ao contrário do que muitos pensam, não é lugar de simplesmente repetir o que já foi dito. Ela precisa ser um fechamento que acrescenta algo ao texto. Pode ser uma retomada da discussão, mas de uma forma inovadora, que não se limita a repetições. Pode também ser usada para fazer advertências, uma análise crítica do tema discutido ou, até mesmo, fazer sugestões, caso o tema trate de um problema social, por exemplo.


O QUE A CONCLUSÃO NÃO DEVE CONTER
Uma coisa precisa ser lembrada sempre: conclusão não é lugar para novos argumentos. Muito cuidado com isso! Os argumentos devem estar no desenvolvimento.
Outro erro muito comum é utilizar a conclusão para fazer ressalvas. Uma ressalva que não foi abordada durante o texto não pode aparecer na conclusão, pois ela seria um argumento novo. Se você quiser fazer alguma ressalva em um raciocínio, faça a ressalva no próprio desenvolvimento, utilizando os argumentos corretos.
Uma conclusão não pode trazer surpresas para o leitor. A conclusão serve apenas para fazer um fechamento sobre tudo, uma lição que pode ser tirada sobre o assunto que você já defendeu. E é justamente nesse aspecto que ela traz algo novo ao texto.

 Vamos mostrar um exemplo para ficar mais claro:
EXEMPLO DE UMA BOA CONCLUSÃO


 
Observe a redação abaixo. Repare que a conclusão, nesse caso, deu uma sugestão sobre o que deve ser feito. Leia o texto com calma, o tema dessa redação era: “A amizade vivenciada de formas diferentes pelo homem”. O último parágrafo (conclusão) está grifado em verde.

“O homem vem modificando a sua concepção sobre amizade com o passar do tempo, o que lhe permite experimentá-la de formas diferenciadas. Isso pode ser percebido ao se comparar as amizades vividas no passado, em menor número, mais profundas e duradouras, com as de hoje, em profusão, superficiais e meteóricas.
Não é preciso voltar muito no tempo para se ver como os relacionamentos eram tratados sob um ponto de vista bem distante do de hoje. Amigos eram pessoas em quem se podia confiar cegamente, para quem todos os segredos podiam ser contados, sem medo de se ter a confiança traída. A relação de amizade era estabelecida somente com aqueles com os quais se tinha uma convivência longa, motivo pelo qual ela era quase um laço de parentesco e, por isso, normalmente durava por muito tempo, quando não pela vida toda. Assim, até que alguém fosse considerado realmente um amigo, havia um período ao longo do qual a confiança e a admiração eram conquistados mutuamente.
Os casos de amizades verdadeiras estão em número reduzido atualmente. Com o passar do tempo, as relações, de um modo geral, passaram a sofrer modificações, por causa das próprias circunstâncias a que a sociedade veio sendo submetida. Essa realidade trouxe características novas inclusive para um dos sentimentos mais nobres do homem. Parece que as pessoas perderam muito da sua capacidade de discernimento quanto ao verdadeiro valor de uma amizade. Tanto é, que qualquer um que se conheça em meio a uma festa de fim de semana já é chamado de amigo no dia seguinte. Redes sociais como o Facebook, que simbolizam união, na verdade conferem desleixo sobre o que chama-mos de amigo. Entre dezenas de contatos, quantos são plenamente confiáveis? Infelizmente, em alguns casos, inovações tecnológicas cooperam com a perda de significado de palavras valiosas.
Progredir e inovar estão, constantemente, no pensamento do cidadão moderno. Mais importante do que isso, porém, seria o homem reavaliar todos os seus valores, a fim de devolver à amizade o lugar que ela deve ocupar no âmbito das relações humanas.”

Observe como essa conclusão fez um fechamento para o texto, mas não apenas repetindo algo que já foi dito. Uma ideia nova foi colocada, manifestando um pensamento que já foi defendido no texto: a ideia de que a amizade é importante demais para ser banalizada. Esse é um exemplo de uma boa conclusão.

COMO CONCLUIR UM TEXTO

Podemos resumir tudo o que foi ensinado nesse capítulo destacando a importância que há no desenvolvimento (e sua argumentação) na formação da conclusão. É dele que vai partir o raciocínio que vai formar a conclusão.

Quando você for concluir seu texto, responda pelo menos uma dessas perguntas sobre sua redação:
– Que lição pode ser tirada disso?
– Como resumir a solução para esse problema?
– O que merece ser destacado nesse raciocínio?

ATIVIDADE: Elabore sua conclusão respondendo essas perguntas em relação ao seu texto e você terá uma boa conclusão.

sábado, 29 de março de 2025

Combinação e contração das preposições com o artigo e o pronome.

  Combinação e contração das preposições com o artigo e o pronome.

A preposição também pode aparecer combinada ou contraída com o artigo e o pronome.
Chamamos de combinação quando essas duas palavras se juntam, sem perder nenhuma letra da forma original. A combinação só acontece entre a preposição “a” e os artigos “o, os”.
Ex:  Contei tudo ao professor. ( a + o )
Chamamos de contração quando a preposição se junta ao artigo ou pronome e há perda de letras ou sons da forma original.
Ex: Penso muito nela. ( em + ela )
Assim, as preposições a, de, em, per (por é a forma atual de per, originário do latim) aparecem em formas especiais, quando seguidas de artigos ou pronomes. Veja o quadro:
a + a = à
a + as = às
a + o = ao
a + a = aos
a+aquela(s)=àquelas
a+aquele(s)=àqueles
a + aquilo = àquilo
de + a = da
de + as = das
de + o = do
de + os = dos
de + ela(s) = dela(s)
de + ele(s) = dele(s)
de+esta(s) = desta(s)
de+este(s) = deste(s)
de + isto = disto
de + isso = disso
de +aquela= daquela
de +aquele= daquele
de + aquilo = daquilo
em + a = na
em + as = nas
em + o = no
em + os = nos
em + ela(s) = nela(s)
em + ele(s) = nele(s)
em+esta(s)= nesta(s)
em+este(s)= neste(s)
em + isto = nisto
em + isso = nisso
em+aquela= naquela
em+aquele= naquele
em+aquilo= naquilo
per + a = pela, para
per + as = pelas
per + o = pelo
per + os = pelos

Aplique o que aprendeu.
Use a preposição adequada a cada frase, fazendo a combinação ou contração com a palavra entre parênteses:
1. Não acredite ______________ (aquilo) que eles contaram.
2. Ele não se arrependeu _________ (o) que fez.
3. Ficaremos ________ (esta) casa durante alguns meses.
4. Sou muito amigo __________ (eles).
5. Lutamos ___________ (o) que acreditamos.
6. Não precisamos __________(isto).
7. Sentamos __________ (este) banco para descansar.
8. Sempre confiei __________ (ela).
9. Agradeço __________ (os) que me ajudaram.
10. Pensei __________(aquele) assunto longamente.
11. Refiro-me somente _________ (o) que vi.

sábado, 22 de março de 2025

PREPOSIÇÃO

  PREPOSIÇÕES

Quando nos comunicamos, não usamos palavras isoladas. As palavras aparecem sempre reunidas, relacionadas umas às outras, formando frases. 
Veja o exemplo:   Pedro compra roupas.

O sentido desta frase fica claro pela ordem, pela maneira como as palavras foram arrumadas e relacionadas. Poderíamos ainda formar outra frase substituindo a palavra compra (do verbo comprar) por precisa (do verbo precisar). Veja:

Pedro precisa roupas.
Mas, aqui, só a ordem das palavras não está sendo suficiente.
Nosso senso interno diz que falta algo. 
Vamos completá-la:  Pedro precisa de roupas.

Agora, sim, a frase está completa. Vejamos outras frases:

1. Os homens caminham o tronco.
2. Que gostoso esse sorvete morango!
3. A menina brinca o cata-vento.

Você não acha que está faltando uma palavra para ligar tronco, morango, cata-vento ao resto das frases? Vamos completá-las:

Os homens caminham sobre o tronco.
Que gostoso esse sorvete de morango!
A menina brinca com o cata-vento.

As palavras sobre, de, com estão servindo de elo entre caminho/tronco; sorvete/morango; brinca/cata-vento, respectivamente. Sem elas, essas frases não teriam sentido claro, porque não saberíamos que palavras estariam se relacionando entre si.

Essas palavras que servem de elo entre outras palavras dando um sentido mais claro à frase são chamadas de PREPOSIÇÕES.

O Profº. Ivanildo Bechara afirma “que tudo na língua é semântico, isto é, tudo tem um significado” (Moderna Gramática Portuguesa, pág. 297, 37ª Edição, Rio de janeiro, 2009).



As preposições são palavras que não possuem flexões, isto é, a sua forma não possui gênero, número ou grau e influem no significado e função de outras palavras dentro da frase. Podemos então concluir que:

Preposição é a palavra invariável que faz a ligação entre outras palavras relacionando-as entre si, na frase.

As preposições mais usadas e consideradas essenciais, são:

A – ante – após – até – com – contra – de – desde – em –
entre – exceto – para – perante – por – sem – sob – sobre

Essas preposições são chamadas de essenciais para se distinguirem de outras palavras que pertencem a outras classes gramaticais e que, às vezes, funcionam como preposição. A estas denominamos de acidentais. Eis algumas:

Afora, conforme, consoante, durante, fora, mediante, não
obstante, salvo, segundo, senão, tirante, visto, menos, mais.

Vejamos alguns exemplos na frase:

Os acusados foram soltos mediante fiança. (os acusados foram soltos sob fiança.)

Fora os repórteres, ninguém foi autorizado a entrar na sala. (ninguém, exceto os repórteres, foi autorizado a entrar na sala).

Devemos ter cuidado para não confundir o “a” preposição com o “a” artigo. Para isso, basta substituir o a por para. Se a subsituição não alterar o sentido da frase, este “a” é uma preposição; caso contrário, será um artigo.

Vamos exercitar:
A. Preencha as lacunas das frases com a preposição adequada:
1. Trabalhei ______ cansar.
2. Sairemos ______ as aulas.
3. Não cheguei _____ pensar neste problema.
4. Caminhei _____ o riacho.
5. Tudo aconteceu _____ meus olhos.
6. Moramos ______ Brasília.
7. Os alunos manifestaram-se ________ essa ideia.
8. Estou certo ______ sua vitória.
9. Passeamos ______ os amigos.
10. Estou trabalhando aqui _______ ontem.
11. Tenho confiança ______ você.
12. Existe uma grande amizade _______ nós.
13. Vou _______ casa.
14. Passamos ________ Belém.
15. Viajamos ________ a Bahia.
16. Tudo aconteceu __________ as autoridades.
17. Estava ________ dinheiro.
18. Deixei as provas ________ a mesa do professor.
19. Os viajantes descansavam _______ uma árvore.
20. Não falamos _______ esse assunto.

B. Sublinhe as preposições existentes nas frases:
Andei por uma rua deserta.
O avião voou sobre o mar.
Sairei com você, após as aulas.
Estou com dor de cabeça desde ontem.
Daqui até lá é muito longe.
Somos amigos; entre mim e ele não há segredo.

C. Identifique se o “a” existente na frase é preposição ou artigo:
1. A pobre moça estava desesperada.
2. Fomos a São Paulo fazer compras.
3. Cada vez que vamos a Belém, ficamos encantados com o
progresso.
4. Antônio e a irmã viajaram ontem.
5. A coisa mais bela do mundo é ser generoso.

sexta-feira, 21 de março de 2025

O QUE O DESENVOLVIMENTO NÃO DEVE CONTER

 O desenvolvimento não pode ser uma continuidade da introdução. 

Esses dois têm uma relação íntima, mas independente. Como assim? Isso significa que, ao começar o desenvolvimento, é como se estivéssemos começando o texto novamente. Nunca devemos iniciá-lo com os termos:
Por causa disso…
Com isso…
Baseado nisso…
Dessa maneira...
Dessa maneira…
Podemos fazer um teste simples para ver se o desenvolvimento está sendo uma continuidade da introdução. É o seguinte: se cortássemos a introdução fora, o texto ficaria sem sentido? Se a resposta for sim, fizemos uma dependência entre eles. 
Vamos ver isso com um exemplo. Digamos que a introdução do capítulo anterior continuasse com um desenvolvimento:
TEMA: O Chocolate no Mundo Moderno
“Chocolate faz bem à humanidade. Porém, apesar de trazer benefícios, seu consumo em excesso pode trazer prejuízos.”
(introdução)

“Considerando isso, é importante estar atento às quantidades consumidas de chocolate. A dose diária recomendada é alvo de discussões entre nutricionistas, dado que os benefícios do cacau são contrabalançados com os malefícios do açúcar.”
(desenvolvimento)

Experimente ler somente o desenvolvimento separado da introdução. 
Repare que o texto ficou completamente sem sentido. 
O leitor que pegasse essa “redação” ficaria pensando “considerando isso o quê?”. Então esse teste acabou de revelar que esse desenvolvimento foi mal construído.

Agora observe o que aconteceria se apenas retirássemos fora o “Considerando isso” do desenvolvimento, sem alterar mais nada no texto:
“Chocolate faz bem à humanidade. Porém, apesar de trazer benefícios, o seu consumo em excesso pode trazer prejuízos. É importante estar atento às quantidades consumidas de chocolate. A dose diária recomendada é alvo de discussões entre nutricionistas, dado que os benefícios do cacau são contrabalançados com os malefícios do açúcar”.

Bem melhor, não? Se fizéssemos aquele teste agora, ficaria claro que o texto poderia começar com o desenvolvimento sem problemas. Isso é um sinal de que o parágrafo do desenvolvimento consegue sobreviver sozinho.

APRENDA A CORTAR O QUE NÃO INTERESSA
Esse exemplo foi útil porque muitas pessoas não conseguem começar um desenvolvimento sem usar esses termos: “Considerando isso”, “A partir disso”, etc. Então, se esse é o seu caso, comece seu desenvolvimento normalmente e risque fora esses termos depois que tiver terminado. Você vai ver que eles não vão fazer nenhuma falta.

Agora que já aprendemos que o desenvolvimento precisa “sobreviver sozinho”, precisamos ter uma atenção especial em uma coisa: a chamada “ligação entre as frases”.

Você sabe qual é a diferença entre um texto e uma receita de bolo? Uma receita é cheia de frases soltas, enquanto que um texto apresenta uma conexão entre elas. E o que precisamos fazer para evitar que nossa redação pareça uma receita? Utilizar os chamados nexos oracionais. Eles são as conjunções (mas, porém, portanto, etc.). Essas conjunções vão nos ajudar a manter o texto bem compactado. 

Repare nesse exemplo:
“Estava frio. Levantei cedo. Precisava ir para a aula. Foi um esforço. Valeu a pena. Finalmente aprendi a matéria.”
Vamos estabelecer uma conexão entre as frases:



 “Apesar de estar frio, levantei cedo, pois precisava ir para a aula. Isso foi um esforço, mas valeu a pena, já que finalmente aprendi a matéria.”
Agora já está parecendo mais um texto, concorda? Cuide para nunca deixar uma frase solta, dando a impressão de ter surgido do nada.


Esse aspecto parece bem básico, mas é essencial. Faz parte dos detalhes que muita gente até sabe, mas não coloca em prática. Nosso objetivo aqui é nunca esquecer essas coisas “básicas”, pois elas são uma espécie de fundamento em que temos que nos apoiar. Ler isso tudo várias vezes é bom para gravar, para que se torne algo automático nas nossas escritas.

Mostraremos um exemplo de desenvolvimento agora para você ver isso tudo que foi ensinado nesse capítulo na prática.
 A introdução está no primeiro bloco/parágrafo, e o desenvolvimento está dividido em 3 parágrafos. Não colocamos aqui a conclusão, pois ainda não entramos nesse assunto. Vamos abordar apenas o desenvolvimento, sua construção e a argumentação utilizada:

TEMA: A Presença da Agressividade no Comportamento Humano
"Presente nos mais diversos campos de ação, a agressividade acompanha os passos do homem desde a sua existência, influenciando, diretamente, os seus atos. Esse comportamento, manifestando-se de várias maneiras, continua questionável, uma vez que suas consequências não agradam a todos.
A humanidade primitiva conseguiu se desenvolver à medida que o seu domínio sobre os instrumentos de combate aumentava. A sobrevivência do mais forte, ainda hoje, é uma realidade que define o destino da vida, fruto da competitividade que – aliás – sempre existiu. As atitudes agressivas, que garantiram a permanência da espécie humana, são utilizadas, atualmente, por pessoas que querem superar seus adversários a qualquer custo. Nicolau Maquiavel, com sua teoria, influenciou reinos e países a conseguirem o progresso. Evidentemente, existem controvérsias quanto a essa ideologia, dita por muitos como antiética, que – inclusive – é ensinada em cursos como os de administração de empresas, por exemplo.
Entende-se por agressividade qualquer ação que pretende danificar algo ou alguém. É compreensível, portanto, que a ela sejam atribuídas características negativas (solução imoral, recurso deplorável). Esse comportamento precisa ser evitado para que se obtenha uma personalidade pacífica e cortês (ideal para um relacionamento). Na política, por exemplo, é constante a violência verbal, às vezes também física, dos candidatos ao governo, fato que faz a população ter uma aversão a essas atitudes, consideradas falta de controle emocional de quem as pratica. Segundo estudiosos, o que ocasiona esse procedimento de “ataque” é a inconformidade com a situação. Intrigante, porém, é o fato de um comportamento hostil como esse ter o poder de fazer alguém atingir o sucesso. Afinal, ele é ruim até que ponto?
Em âmbito competitivo, agressividade é sinônimo de determinação, que ajuda as pessoas a alcançarem seus objetivos. As constantes manifestações com as quais o homem convive contribuem para a reprodução desse comportamento quando se toma como exemplo o retrospecto dos bem-sucedidos para trabalhar em uma empresa é preciso ter atitude, o que explica o fato de empresários contratarem indivíduos de caráter ofensivo quanto a negócios e comércios em geral. Em uma partida de xadrez, o jogador mais agressivo geralmente vence, pois obriga o adversário a permanecer na defensiva, restringindo – cada vez mais – as jogadas do oponente e posicionando-se para dar o esperado xeque-mate. Isso tudo prova que ambição e coragem de atacar são importantes, e talvez até essenciais, para a realização de metas e a superação de desafios."

Antes de tudo, repare o desenvolvimento não começou com “Por causa disso”, “Com isso”, etc. Já ensinamos o porquê disso. Olhando para a estrutura, a primeira frase da introdução foi inteiramente explorada no primeiro parágrafo do desenvolvimento. Foi dito que a agressividade acompanha os passos do homem desde a sua existência, influenciando seus atos. Nesse parágrafo, o autor falou sobre a agressividade do homem primitivo, a sobrevivência do mais forte e depois trouxe exemplos mais recentes (o ensino do pensamento de Maquiavel nas universidades).
Além de ter explorado corretamente a primeira frase da introdução nesse parágrafo, o autor usou argumentos fortes e convincentes, o que é muito importante em um texto dissertativo argumentativo. A segunda frase da introdução foi desenvolvida em dois parágrafos. Foi dito na introdução que a agressividade se manifesta de várias maneiras, continua questionável e suas consequências não agradam a todos.
Sobre as “várias manifestações da agressividade”, o autor provou isso mostrando a ação da agressividade nos relacionamentos e na política; e, no terceiro parágrafo, mencionando sua ação nos negócios e no xadrez.
Sobre “não agradar a todos”, o autor explicou o motivo disso logo no início do segundo parágrafo. E sobre “ser questionável” o autor mostrou (no terceiro parágrafo) os benefícios que a agressividade pode trazer.
Além de ter uma estrutura muito boa, ficou claro que esse texto está muito bem argumentado. É exatamente isso que os corretores querem: argumentações organizadas e estruturadas. Construir isso sem erros de português faz sua redação ser uma forte concorrente a tirar nota máxima.

* Após ler sobre o desenvolvimento adequado de uma redação, pegue a sua introdução da redação da aula anterior e continue. Construa seu desenvolvimento do tema que escolheu na última aula.

terça-feira, 18 de março de 2025

Orações Subordinadas Substantivas

 As Orações Subordinadas Substantivas têm valor e funções próprias do

substantivo – sujeito, objeto direto, objeto
indireto, predicativo, complemento nominal e aposto
.
Observações:
. A função sintática das subordinadas substantivas depende exclusivamente
da estrutura da oração principal.
2ª. As subordinadas substantivas são iniciadas pelas conjunções
integrantes [que] que denota certeza e [se] que exprime incerteza:
●   Os alunos não sabem / que o professor pediu
demissão
.
●   Os alunos não sabem / se o professor pediu demissão.
3ª. Podem também começar - nas
interrogativas indiretas - pelos pronomes indefinidos quem, qual, quanto, que, e pelos advérbios como, quando, onde, porque, quão: Ignora-se / como se deu o acidente.
●   Perguntei / quando seríamos recebidos. Ignoro / qual seja o problema.
●   Eu não tenho onde morar. Ninguém imagina / qual será seu amanhã.
. Quando a oração é substantiva, quase
sempre pode ser substituída por um substantivo ou por um pronome substantivo
(isto, isso, aquilo):
●   Ignora-se / como se deu o acidente.
=> 
Ignora-se isso.
●   Nossos votos são / que os alunos
vençam. Nossos votos são a vitória...
As Orações Subordinadas Substantivas compreendem seis espécies.
1ª. Subjetivas – funcionam como sujeito do verbo da
oração principal:
●   Parece / que a situação melhorou. (o que parece?)
Dicas - As orações subst. subjetivas vêm, geralmente, pospostas:
1. Aos verbos de ligação + predicativo: é
bom, é útil, é necessário, é fato, está patente, ficou claro, etc.:
●   É necessário / que tenhas paciência.  É bom / que você venha.
●   É possível / que o homem vá a Marte.
2. As expressões na voz passiva: sabe-se,
é sabido, conta-se, diz-se, dir-se-ia, ficou decidido, ficou provada, foi
anunciado, etc.:
●   Sabe-se / que ele é rico. - Conta-se / que ele já esteve preso.
●   Ficou decidido / que não haveria convites.
3. Aos termos verbais - convém, cumpre, importa, consta, releveconvém,
cumpre, importa, releva, urge, consta, parece, ocorre, acontece, sucede, basta,
agrada, apraz, admira,dói, espanta, satisfaz, importa, etc. – quando empregados
na 3ª. pessoa do singular:
●   Aconteceu / que não o encontrei em casa.
●   Parece / que choverá logo
mais.
2ª. Objetivas Diretas – funcionam como objeto direto do verbo da oração principal. Há, na
oração principal, um substantivo ou pronome funcionado como sujeito. A maneira
prática de identificá-las é perguntar, depois do verbo da principal, [o quê?]:
●   Eu espero (o quê?) / que ninguém cole.
●   Mariana esperou (o quê) / que o marido voltasse.
●   Perguntaram (o quê?) / quem era o dono da fábrica.
●   (eu) Ignoro (o quê?) / quantos são os desabrigados.
3ª. Objetivas Indiretas – funcionam como objeto indireto. As indiretas são regidas por uma
preposição, por exigência do verbo da principal: (eu)Insisto / em que partas. (quem insiste, insiste em alguma coisa)
●   Lembre-se / de que a vida é breve.
●   (eu) Não me oponho / a que viaje.
●   (nós) Daremos o prêmio / a quem merecer.
=•> Quando a preposição que introduz as
objetivas indiretas e completivas nominais é [de], esta, pode vir omitida:
Gosto / que você fique. Para sabermos se
foi omitida é só colocarmos a preposição: Gosto / de que você fique.
4ª. Completivas Nominais - Tem a função de
complemento nominal, ou seja, completa um substantivo ou adjetivo da oração
principal. É regida por uma preposição por exigência do nome (subst. ou adj.):
●   Tenho plena confiança / em que tudo dê certo.
●   Estava ansioso / por que voltasse. Sê grato / a quem te ensina.
5ª. Predicativas – funciona como predicativa do sujeito.
A subordinada predicativa sempre trás, na principal, o verbo [ser] acompanhando
o sujeito. Não há na norma culta, predicativa com outros verbos de ligação:
Nossa esperança é / que chova ainda este mês.
●   Não sou / quem você pensa. Os meus votos são / que triunfes.
6ª. Apositivas – servem de aposto (de um substantivo ou
pronome). Ocorre após dois pontos ou entre vírgulas - neste último caso ficará
no meio da oração principal:
●   Aquele sonho, que o filho volte, continua a
acalentar a mãe.
●   Existe no presídio esta lei: que ninguém denuncia ninguém.
 
 
 
 ATIVIDADES SOBRE AS ORAÇÕES SUBORDINADAS
SUBSTANTIVAS

 
Classifique as Orações Subordinadas Substantivas:
01. O soldado insistia / em que a prisão fosse feita.
02. Ignoro / quantos são os desabrigados.
03. Acreditava-se / que a terra fosse móvel.
04. Aconteceu / que faltou luz.
05. A mãe só deseja isso: / que você seja forte.
06. O tio está certo / de que a prima virá.
07. E provável / que vocês não tenham aula hoje.
08. A verdade é / que ele não passava de um criminoso.
09. (nós) Seremos julgados /
por quem nos criou.
10. É fundamental / que o contratem.
11. Levo a impressão / de que já vou tarde.
12. Só me resta uma alternativa: / encontrar o remédio.
13. Ele disse / onde mora.
14. Arnaldo foi / quem trabalhou menos.
15. Ninguém sabe / se ela aceitará a proposta.
16. Minha esperança era / que ele desistisse.
17. Aquele sonho /, que o filho volte, / continua a acalentar a mãe.
18. Convém / que você treine mais.
19. Espero / que vocês desistam disso.
20. Está provado / que o fato aconteceu.
21. Nossa vontade era / que o cometa aparecesse.
22. Não entendi / por que vocês discutiram.
23. Tivemos a impressão / de que a casa estava vazia.
24. Insisto / em que partas.
25. Ninguém sabe quanto custa o remédio.
26. Tenho a impressão / de que estou no mesmo lugar.
27. É preciso / que você durma bastante.
28. O fato é / que a chuva trouxe o frio.
29. Na loteria da vida, o acertador é / quem não aposta.
30. Estamos ansiosos / por que termine as aulas.
31. Só ponho uma condição: / vai almoçar comigo.
32. O justo é / que amparemos nossos pais.
33. Eles agora se convenceram / de que erraram.
34. Eles agora estão convencidos /de que erraram.
35. Foi decidido / que não haveria discursos no jantar.
36. Seja dito a bem da verdade / que Rafael não mentia.
37. Ninguém lhe perguntou / donde vinha.
38. Importa / que saibas isso bem.
39. Parece / que a situação melhorou.
40. O fiscal verificou / se tudo estava bem.
41. Perguntei-lhe / quando ia casar.
42. Meu maior desejo agora é / que me deixem em paz.
43. Para alguns a pátria é / onde se está bem.
44. Ainda não se estabeleceu / quais devem ficar.
45. Necessito / de que você me acompanhe.
46. É importante / que você tenha juízo.
47. Dir-se-ia / que ele estava cego.
48. Agora parece / que é dia.
49. Ninguém imagina / qual será o próprio destino.
50. Chego à conclusão / de que o contrato me beneficiou.
51. Contam / que ela nunca saia de casa.
52. Conta-se / que ela nunca saia de casa.
53. Desejo-lhe sinceramente isto: / que se recupere logo.
54. Maria do Carmo tinha a certeza / de que estava grávida.
55. O problema é / que o prazo já terminou.
56. É importante / que você viaje.
57. Temos receio / de que ele nos descubra.
58. O fato é / que seu filho foi reprovado.
59. O médico declarou / que o paciente está bem.
60. Ele necessita / de que o ajudes.
61. É verdade / que a mentira tem perna curta.
62. Tu não sabes / onde ficou teu amigo?
63. É imprescindível / que todos se conscientizem.
64. O fato é / que ando muito ocupado.
65. Tenho medo / de que essa calúnia se espalhe.
66. Todos pensaram / que fosse um disco voador.
67. Que técnico treinará a equipe hoje / é certo.
68. Dei o prêmio / aos que mais se esforçaram.
69. Estou certo / de que tudo sairá bem.