no verbo subordinar que significa: pôr sob a dependência de; sujeitar. Ligar a
um princípio ou coisa superior.
Subordinação – ato ou efeito de subordinar; estado de
dependência ou obediência a uma hierarquia ou a um poder.
Subordinada – dependente, subalterna.
Subortinativa – que estabelece subordinação; conjunção que
liga duas orações, uma das quais completa ou determina o sentido da outra.
Portanto: conjunção subordinativa é a palavra invariável que
une uma ou mais orações à outra, completando-lhe o sentido.
As orações que completam o sentido da oração principal toma o
nome da conjunção que a introduz na frase, de acordo com a ideia contida.
As conjunções subordinativas são classificadas como: causais,
comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais,
proporcionais, temporais e integrantes.
1. CAUSAIS – dão ideia de causa, origem: que, porque, pois,
porquanto, como pois, por isso que, já que, uma vez que, visto que, visto como.
Ex.: O homem não pagou a conta porque não tinha
dinheiro. Tenho muita sede, por
isso que bebo bastante água.
2. COMPARATIVAS – dão ideia de comparação, confronto: que, do
que, qual, como, assim como, bem como.
Ex.: Hoje, parecia mais agitado do que ontem. Ela é melhor cantando que falando.
3. CONCESSIVAS – indicam a incapacidade de impedir uma ação
anterior: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que,
apesar de que, nem que, por mais que.
Ex.: Queria alugar um apartamento de luxo, embora não tivesse
dinheiro.
4. CONDICIONAIS – dão ideia de hipótese ou condição para a
realização ou não de um fato ou ação: se, caso, quando, contanto que, salvo se,
sem que, dado que, desde que, a menos que, a não ser que.
Ex.: Não receberia o diploma sem que fosse aprovado nos
exames. Passaria indiferente, se
o encontrasse na rua.
5. CONFORMATIVAS – exprime ideia de conformidade, de acordo
com outro pensamento expresso: conforme, como, segundo, consoante.
Ex.: O homem não possuía nada, segundo ele mesmo declarou.
6. CONSECUTIVAS – indicam uma consequência do que foi
informado na oração principal: tal que, tão que, tanto que, tamanho que, de
forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que.
Ex.: O vestido estava muito apertado, de modo que mal
conseguia respirar.
7. FINAIS – dão ideia da finalidade de uma ação anterior:
para que, a fim de que.
Ex.: Precisou mentir para que sua esposa fosse bem tratada.
8. PROPORCIONAIS – dão ideia de ações ou fatos executados
simultaneamente: à medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto que,
quanto mais, quanto menos.
Ex.: A plantação brotava, à medida que chovia. Quanto mais chovia, mais subia o nível
do rio.
9. TEMPORAIS – dão ideia de tempo: quando, antes que, depois
que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que,
cada vez que, apenas.
Ex.: Implicou comigo assim que me viu. Ela espantou-se quando o viu chegar.
10. INTEGRANTES – servem para unir orações que exercem
funções de termos essenciais ou integrantes, na estrutura de um período
composto: se, que.
Ex.: Não sei se você reparou que ela está usando um anel de
brilhantes.
Conhecer bem as conjunções é pré-requisito para o estudo de
Sintaxe, pois elas tem um papel importante na estrutura da oração.
Você já deve ter ouvido a frase: “Por trás de um grande homem
sempre existe uma grande mulher.” Pois bem, podemos fazer uma comparação da influência de uma mulher com a influência
de uma conjunção. Às vezes, não se dá a devida atenção, mas elas estão lá,
influenciando: a mulher (na vida de um homem) e a conjunção (na estrutura da
oração).
Vamos exercitar.
A. Preencha as lacunas com as conjunções subordinativas, de
acordo com a ideia proposta entre parênteses.
1. Ele nunca recebe muito dinheiro ___________ trabalha numa
terra árida. ( causa, origem )
2. O caboclo disse que pagaria a dívida ______ o médico
esperasse a colheita. ( condição para a realização de uma ação )
3. O médico ia ficando furioso ______________ descobria a
verdade. ( ideia de ação executada
simultaneamente )
4. O caboclo enganou o médico _______________ seu filho
nascesse como rico. ( finalidade )
5. O médico procurou cobrar a conta _____________ o caboclo
sumiu. ( ideia de tempo )
6. Contei a história
_________________ o médico me contara. ( ideia de acordo com outro
pensamento já expresso )
7. O caboclo nunca recebe muito dinheiro ____________
trabalhe bastante. ( ideia de incapacidade de impedir uma ação ou fato anterior
)
8. Tudo aconteceu ________________ o caboclo havia
maquinado. ( ideia de conformidade com
outro pensamento já expresso )
9. O médico estava no hospital ___________ viu o caboclo. (
ideia de tempo )
10. O caboclo não conseguiria o apartamento de luxo ______
dissesse a verdade. ( ideia de condição para a realização de um fato ou ação )
11. As enfermeiras atenderam o paciente ___________ o médico
recomendara. ( ideia de conformidade )
12. O médico contou
tudo à esposa ____________ chegou em casa.
( ideia de tempo )
13. O parto foi um sucesso _____________ a mulher foi bem
atendida. ( ideia de causa )
LEITURA COMPLEMENTAR
Entre as Conjunções
O verbo Ser levou Emília para a Casa das Conjunções, que
ficava ao lado.
- As Conjunções – explicou ele – também ligam; mas, em vez de
ligarem simples palavras (como fazem as Preposições), ligam grupos de palavras,
ou isso a que os gramáticos chamam Oração.
- Oração não é reza? – perguntou Emília.
- É reza e é também uma frase que forma sentido perfeito.
Quando alguém diz: Emília é uma boneca, está formando uma Oração curtinha. Mas
há frases muito compridas, compostas de várias Orações; nesse caso é preciso
ligar as Orações entre si por meio das Conjunções. Não fazendo isso, a frase
cai aos pedaços.
- Compreendo – disse Emília. – Se eu digo… – e engasgou.
- Espere – advertiu Ser. – Se você diz: A água é mole e a
pedra é dura, você esta amarrando duas Orações diversas com o barbantinho da
Conjunção E.
Emília viu na casa das Conjunções dois armários, um com as
Conjunções Coordenativas e outro com as Conjunções Subordinativas. No armário
das Coordenativas encontrou muitas conhecidas suas, como: e, também, então, bem
como, que, ou, mas, porém, todavia, senão, somente, pois bem, ora, aliás…
- Como são numerosas! – comentou a boneca. – Nunca supus que
fosse necessária tanta variedade de fios para amarrar as Senhoras Orações.
- Os homens costumam amarrar as Orações de tantos modos
diferentes, que todas essas cordinhas se tornam necessárias.
Emília ainda viu lá: logo, pois, portanto, assim, por isso,
daí, ou, isto é, por exemplo e muitas mais.
No segundo armário estavam as Conjunções Subordinativas, que
ligam as Orações de um modo especial, escravizando uma à outra. Eram igualmente
abundantíssimas, e Emília notou as seguintes: quando, apenas, como, enquanto,
desde que, logo que, até que, assim que, ao passo que, se, salvo, exceto, sem
que, porque, visto que, de modo que, para que, segundo, conforme, embora, e
outras.
- Xi!… São tantas que já estão me enjoando – disse Emília
fazendo um muxoxo. – Chega de Casa de Fios. Vamos ver outra coisa.
- Só nos resta visitar as Interjeições – disse o Verbo Ser,
tirando do bolso uma caixinha de rapé para tomar a sua pitada.
- Isso é tabaco ou pó de pirlimpimpim? – perguntou Emília.
- Pó de pirlimpimpim? – repetiu o Verbo Ser, franzindo a
testa. – Que pó é esse?
Emília riu-se.
- Nem queira saber, Serência! É um pozinho levado da breca.
Uma vez tomamos uma pitada e fomos parar na Lua…
E quando iam caminhando para a Casa das Interjeições, a
boneca desfiou a primeira aventura da Viagem ao Céu1.
(Monteiro Lobato, Emília no País da Gramática)
Nota explicativa.
1.
Viagem ao Céu: referência à obra de Monteiro
Lobato.